domingo, 6 de junho de 2010

Manejo florestal,uma saída para o desmatamento irracional.

Dos 826.411 quilômetros quadrados, a caatinga perdeu 45,39% de sua cobertura vegetal original, ou seja, 375.116 quilômetros quadrados. Os estados que mais desmataram foram Bahia e Ceará, destruindo respectivamente 0,55% e 0,50% do bioma entre 2002 e 2008. Neste período, 2% do bioma foram queimados, uma área de 16.576 quilômetros quadrados. Nesses seis anos, a taxa média anual de desmatamento foi de 2.763 quilômetros quadrados.
Segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, a principal razão é a falta de alternativas energéticas para a região. No Nordeste, a vegetação é derrubada especialmente para fazer lenha e carvão.

Uma alternativa para conter esse desmatamento acelerado é a implantação de manejo florestal.

A palavra "manejo" tem o mesmo significado que a palavra "planejamento". Sendo que, quando se fala em manejo florestal, pode-se pensar no planejamento do uso racional de qualquer produto oriundo da floresta (madeira, cipó, palha, óleos, resinas, plantas, etc...).
Dessa forma, imagina-se que a adoção de técnicas apropriadas de manejo florestal deva garantir a manutenção da exploração dos recursos da floresta nas áreas (nesse caso: a madeira) e proporcionar maior vida útil à terra utilizada, além dos benefícios econômicos que devem superar os custos financeiros da operação.
Tais benefícios decorrem do aumento da produtividade do trabalho, da redução dos desperdícios e da adoção de técnicas apropriadas no processo produtivo (em especial o da madeira) que deve proporcionar a redução dos riscos em acidentes de trabalho.

Muito mais do que pensar apenas em reduzir os danos diretos a floresta, o manejo florestal é muito mais amplo, pois consiste em um sistema produtivo que norteia preocupações sobre os benefícios ecológicos, sociais e econômicos; ordenando-se o raciocínio sobre a utilização dos recursos florestais, tendo a preocupação (ainda) em manter a floresta em pé, com perspectivas de que por si só ela possa regenerar-se e garantir futuras colheitas, tornando-se o maior dos desafios.
Dessa forma é possível organizar o entendimento sobre os benefícios do manejo florestal da seguinte maneira:
- Ecologicamente seguro: garantindo um baixo impacto sobre a floresta remanescente, propiciando a conservação de espécies vegetais e animais, prolongando a vida útil das áreas exploradas, respeitando o equilíbrio dos ecossistemas.
- Economicamente viável: possibilitando ganhos financeiros adequados que confiabilizem ao detentor do Plano de Manejo a garantia na regularidade desses ganhos, otimizando a exploração dos recursos florestais e diminuindo os desperdícios de campo
- Socialmente justo: integrando os envolvidos na implementação do Plano de Manejo em benefícios sociais apropriados: adequação salarial, cuidados com a saúde do trabalhador (utilização de equipamentos de proteção individual, utilização de técnicas apropriadas para cada atividade), programas de inclusão social às populações do entorno das áreas de intervenção, dentre outros.
Para garantir que as normas do manejo florestal sejam respeitadas e utilizadas, constantemente são readaptadas e aprimoradas as legislações vigentes. Dessa forma, tenta-se acompanhar e readequar a forma de acesso e exploração sustentável dos recursos florestais.
O Manejo Florestal também exige a aplicação de normas técnicas como qualquer sistema produtivo. Para a produção de madeira já foram apontadas, a pelo menos dez anos, técnicas de exploração que minimizam os impactos nas florestas, reduzindo custos e desperdícios.
Dessa forma o Manejo Florestal não impossibilita o uso dos recursos florestais, mas impõe diretrizes para que de forma racional qualquer um possa fazer uso desse bem que é de direito de todos.

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